quarta-feira, 23 de março de 2011

INTERAGINDO COM PROFESSORES

Momento de interação (depoimentos de cinco professores, como leitores.)

  Alguns professores relataram um pouco sobre os últimos livros lidos e recomendaram a leitura dos mesmos.



Atividade: Pausa protocolada
Texto: Testemunha tranquila
Autor: Stanislaw Ponte Preta
Coordenadora Pedagógica: Sandra Mendes

                   O camarada chegou assim com ar suspeito, olhou pros lados e - como não parecia ter ninguém por perto - forçou a porta do apartamento e entrou. Eu estava parado olhando, para ver no que ia dar aquilo. Na verdade eu estava vendo nitidamente toda a cena e senti que o camarada era um mau caráter.
                  E foi batata. Entrou no apartamento e olhou em volta. Penumbra total. Caminhou até o telefone e desligou com cuidado, na certa para que o aparelho não tocasse enquanto ele estivesse ali. Isto - pensei - é porque ele não quer que ninguém note a sua presença: logo, só pode ser um ladrão, ou coisa assim.
                 Mas não era. Se fosse ladrão estaria revistando as gavetas, mexendo em tudo, procurando coisas para levar. O cara - ao contrário - parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se orientou muito bem e andou desembaraçado até uma poltrona, onde sentou e ficou quieto:
                - Pior que ladrão. Esse cara deve ser um assassino e está esperando alguém chegar para matar - eu tornei a pensar e me lembro (inclusive) que cheguei a suspirar aliciado por não conhecer o homem e - portanto - ser difícil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de resto, pois eu não tinha nada a ver com aquilo. De repente ele se retesou na cadeira. Passos no corredor. Os passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos, parou em frente à porta do apartamento. O detalhe era visível pela réstea de luz, que vinha por baixo da porta.  Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. Bonita ou feia? - pensei eu. Pois era uma graça, meus caros. Quando ela acendeu a luz da sala é que eu pude ver. Era boa às pampas. Quando viu o cara na poltrona ainda tentou recuar, mas ele avançou e fechou a porta com um pontapé... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direção à bonitinha e pataco... Tacou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos alicerces e pimpa... Tacou outra. Os caros leitores perguntarão: - E você? Assistindo aquilo tudo sem tomar uma atitude? - a pergunta é razoável. Eu tomei uma atitude, realmente. Desliguei a televisão, a imagem dos dois desapareceu e eu fui dormir.

Nenhum comentário: